O Lampeão de Angra dos Reis

                                                     "O Lampeão de Angra dos Reis"



No início do século passado, nasceu Manoel Francisco de Lima filho, morador da Serra D' Água, filho de um antigo funcionário dos Correios e Telégrafos, seu pai faleceu em 1932. "O Lampeão de Angra dos Reis", desde criança gostava de atirar com a espingarda do pai, o mesmo vivia escondendo a arma para que o filho não pegasse mas não havia jeito. Desde jovem, sempre foi muito levado e ao passar dos anos, foi piorando, ao ponto do pai ter que expulsar o menor de casa, segundo relatou sua madrasta para um jornal da época.
Manoel Francisco de Lima filho, após sair de casa entrou de vez para o mundo do crime e ganhou "fama" de " O Lampeão de Angra dos Reis"; condenado por vários crimes, dentre eles: assassinatos, incluindo de policias e assaltos. Foi atribuído a ele 11 mortes e crimes que foram cometidos em várias cidades, principalmente, entre os Estados do RJ, SP e MG. Ele foi processado e procurado em vários Estados.
Em uma das suas prisões, foi capturado em Rio Claro na década de trinta, ao ser conduzido de trem para Angra, o mesmo, com o trem em movimento, pulou, depois da negligência dos policias na Região de Lídice conhecida como Parado. Ele fugiu e passou a esconder-se por Serra D' Água, Ariró, Garganta dos Coutinhos e Jurumirim.
Ele ganhou "fama" no país, através das páginas de jornais, por fazer assaltos usando uma metralhadora. Seus assaltos com a metralhadora, também lhe rendeu o apelido de "gângster
nacional", reproduzindo cenas reais das ruas de Chicago/EUA, no tempo de Al Capone.
Após sua fuga, a perseguição continuou por vários anos, até que a Polícia conseguiu prende-lô, quando ele foi ao casamento da sua irmã, que seria no Morro da Fortaleza. Depois de uma luta corporal, troca de tiros entre ele e a polícia, foi baleado e capturado, o Dr. Moacir da Paula Lobo, o salvou do tiro que ele levou .



Após cumprir 12 anos de prisão, voltou para Angra e foi trabalhar em uma loja de consertos de armas, relógios e bicicletas na Rua do Comercio n 43, de propriedade do senhor Urbano Esteves. Porém, não aguentou a monotonia e voltou para a vida do crime, ao ser procurado novamente, fugiu para Bananal e lá foi capanga do fazendeiro Manoel Cartucho. Lampeão se apaixonou pela filha do fazendeiro, ao deixar o "posto" de capanga, retirou a filha do fazendeiro de casa e a levou consigo, voltando a esconder-se, na Região da Serra D'água, mas antes de sair de Bananal, assaltou uma farmácia e assassinou o farmacêutico.
Um dos crimes que o destacou foi, o assalto de um armazém de café em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde mais uma vez usou sua metralhadora e matou um policial.
"O Lampeão de Angra dos Reis", ganhou essa "fama", por ter um grupo composto por seis integrantes, entre eles uma mulher, chamada Maria Anita. Ela era sua irmã, também atirava muito bem e era valente. Ela cuidava do irmão e era muito apegada a ele. O bando passava por várias cidades e a maior parte do interior, com intuito de praticar assaltos.
Aos 47 anos, se entregou a polícia, em junho de 1948, cansado de fugir, queria viver uma vida normal e ter a oportunidade de criar em paz o filho que teve com sua mulher, a filha do Fazendeiro de Bananal. Ao se entregar em 1948, foi estipulado multa de 2 mil cruzeiros, 7 anos de prisão e 2 de reclusão. No período que esteve preso, um dos locais onde cumpriu pena, foi na Ilha Grande.



Curiosidades:
O Lampeão de Angra dos Reis, nunca cometeu um crime em Angra dos Reis, porque respeitava o local onde nasceu e prometeu ao seu pai que não praticaria crimes na cidade de seu nascimento.
O ex-criminoso, foi barbeiro de Prestes e General Euclides de Figueiredo.
Fonte: Jornal A Noite
Texto: Emília Lodewijk
Pesquisa: Emanuele Calago

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