Monumento aos Náufragos do Encouraçado Aquidaban: um atrativo de interesse turístico ou local de memória e respeito?

 Monumento aos Náufragos do Encouraçado Aquidaban: um atrativo de interesse turístico ou local de memória e respeito?

Nos últimos anos em nossa cidade, reacendeu o tema turismo e com ele, o destaque na mídia e no meio político a respeito de locais conhecidos em nossa cidade, assim como atrativos de cunho natural que eram desconhecidos aos olhos do setor turístico e político. Diante do tema, vem sendo colocado em destaque, esse monumento que se encontra na Ponta do Pasto, na Região da Ponta Leste, como um local de relevância no Município para o turismo; mas a que ponto?
O Monumento aos Náufragos do Encouraçado Aquidaban, como diz o nome, foi edificado pelo Ministro Júlio de Noronha, através da Marinha do Brasil, em memória aos mortos da tragédia da embarcação do Aquidaban, no dia 21 de janeiro de 1906. O obelisco foi construindo em frente ao local do naufrágio no ano de 1911, e nas suas quatro faces, foram colocados urnas de zinco para abrigar os restos mortais das vítimas, que foram retirados do cemitério do centro da cidade, com autorização dos familiares. É um local de memória e respeito, mas muitos por não saber detalhes da história da construção e finalidade, vêem somente o local com o olhar exploratório e romantizado, no sentido de que, pode ser um local de lazer para famílias ou mesmo um atrativo turísticos com instalação de restaurantes, quiosques, lojinhas, palco para shows, bares etc.







Almanaque Brasileiro Garnier 1908

Por se tratar de um local destinado a abrigar restos mortais e memória de uma tragédia onde mais de 200 pessoas morreram, seria ou não, mórbido cogitar investimentos desse nível no local!?

Parece bizarro querer transformar um local de respeito, memória e descanso dos mortos da tragédia em um complexo turístico?

Perguntas e questionamentos para reflexão das nossas autoridades políticas e para as pessoas da aérea do turismo, é preciso conhecer mais a história e memória da cidade, e ter coerência ao querer emplacar projetos sem estudos e sem a opinião da sociedade civil.

Texto: Emília Lodewijk

Pesquisa : Emanuele Calago 

Fonte de pesquisa: Almanaque Brasileiro Garnier 1908 e Relatório da Marinha do Brasil

Comentários

  1. Precisamos respeitar e preservar a nossa história bem como a memória daqueles que no passado construíram e deixaram este rico legado em nosso país. Não concordo com a ideia de transformar este local um lugar de entretenimento, o máximo um ponto com água para beber e banheiro, seria uma afronta a estes nobres algo além.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Estrada Imperial da Pedra que ligava Bananal e Angra dos Reis

O símbolo da cruz e as demarcações de divisas em Mambucaba .

O Lampeão de Angra dos Reis